RESUMO:
MOITA
LOPES, L. P. Da aplicação da Linguística à Linguística Aplicada indisciplinar.
In: PEREIRA, R. C. e ROCA, P. Linguística
Aplicada: um caminho com diferentes acessos. São
Paulo: Contexto, 2011. p. 11-24.
Linguística Aplicada
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Interdisciplinaridade
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Esse
artigo busca explicitar como o campo da Linguística Aplicada (LA doravante) se
constitui na atualidade, para tal, Moita Lopes centra-se em duas “viradas” no
campo da LA./
Primeiramente,
a LA é uma área marcada pela heterogeneidade de discursos sobre a qual opera e
que tem sua progênie por volta dos anos 1940, a partir do interesse em se
desenvolver materiais de ensino de línguas durante a Segunda Guerra Mundial. Sua
Associação Internacional (AILA) foi constituída ainda em 1964 (cf. MOITA LOPES,
2011, p. 11). Preocupada no início com o ensino-aprendizagem de línguas,
atualmente a LA se constrói em territórios bem distintos. Assim, conforme Moita
Lopes, compreendia-se a LA, até os anos 1970, como aplicação da Linguística,
uma vertente que ainda persiste até os dias atuais. Widdowson (apud MOITA
LOPES, 2011, p. 15) alerta, em 1977, sobre tal problemática e declara: “[...]
quero sugerir que a própria Linguística Aplicada como um ramo teórico da
pedagogia de ensino de línguas deva procurar um modelo que sirva seu
propósito”. É nessa direção que se opera a primeira “virada”, ou seja, a
necessidade de se criar uma teoria que não seja dependente do modelo
linguístico.
O
autor discorre sobre os trabalhos que faziam parte do campo da LA nos anos de
1970 e 1980, tais como as pesquisas de Widdowson que, nesse período, trazem
conhecimento da teoria linguística, da Psicologia Cognitiva e da Sociologia.
Nesse viés, Moita Lopes declara: “a compreensão subjacente é que nenhuma área
do conhecimento pode dar conta da teorização necessária para compreender os
processos envolvidos nas ações de ensinar/aprender línguas em sala de aula
devido a sua complexidade” (MOITA LOPES, 2011, p. 16).
Moita
Lopes declara que muitos pesquisadores, notadamente ingleses e americanos, e para
fins comerciais, utilizam da teoria como modo de vida “sem nenhuma preocupação
com práticas e as vidas locais” (MOITA LOPES, 2011, p. 17).
Moita
Lopes discorre sobre a segunda “virada” da Linguística Aplicada que trata sobre
o abandono de trabalhar somente a investigação em contexto de
ensino-aprendizagem de língua estrangeira (notadamente a língua inglesa) e
tradução e parte para a pesquisa em outros contextos de ensino e institucionais
(empresas, hospitais, etc.). No Brasil, percebe-se essa mudança a partir dos
anos 1990.
No
momento atual a Linguística Aplicada centra-se “na resolução de problemas da
prática de uso da linguagem dentro e fora da sala de aula” (MOITA LOPES, 2011,
p. 18).
Enfim,
a linguistica aplicada indisciplinar concerne a uma área do saber que dialoga
com inúmeras disciplinas e campos e, portanto, em virtude dessa hibridez, não
pode ser “fechada” em uma disciplina – daí o nome indisciplinar.
REFERÊNCIAS:
MOITA
LOPES, L. P. Da aplicação da Linguística à Linguística Aplicada indisciplinar.
In: PEREIRA, R. C. e ROCA, P. Linguística
Aplicada: um caminho com diferentes acessos. São
Paulo: Contexto, 2011. p. 11-24.
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