Profa. Dra. Maria Antonieta Alba Celani
RESUMO:
RESUMO:
CELANI,
Maria Antonieta Alba Celani. Um programa de formação contínua. In: CELANI,
Maria Antonieta Alba Celani (Org.). Professores
e Formadores em mudança: relato de um processo de reflexão e transformação da
prática docente. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2002. – (Coleção As Faces da Linguística Aplicada). p. 19-35.
Introdução
Na
introdução do texto, Celani pontua que o objetivo do programa A formação contínua do professor de inglês:
um contexto para reconstrução da prática seria a formação profissional. Tal
programa aconteceu por meio de uma parceria entre o Programa de Pós-graduação
em Linguística e Estudos da Linguagem (LAEL/PUC-SP) e a Sociedade Brasileira de
Cultura Inglesa São Paulo (SBCI). Com tal parceria o programa passou a oferecer
cursos de formação contínua para professores de língua inglesa da rede pública
de São Paulo. Durante o processo de formação a Cultura Inglesa ficou
encarregada do aprimoramento na língua em foco e o Programa de Pós-graduação
teve como responsabilidade a formação profissional.
Os
organizadores do programa tinham como principal meta cooperar na formação dos
professores de Língua Inglesa, mostrando que formação contínua estaria além de
meros cursos esporádicos durante férias. Assim, a formação contínua é vista
como algo em eterno processo, o professor-aluno deveria entender que a educação
não é um produto acabado. Esse curso tampouco seria algo comumente denominado
reciclagem, cujo foco seria transmitir conhecimentos atuais. A autora defende
que os professores-alumos sempre se sentem frustrados ao participar de
oficinas, palestras e cursos de extensão “que não levam a uma transformação
eficaz, na prática, quando os professores voltam às suas salas de aula” (p.
23).
Bases
teóricas para o desenho do programa de formação contínua
Formação contínua: um processo sem
fim
· Celani
aponta que a literatura mais atual de sua época defendia que a formação
contínua necessitaria de um longo processo, cujas bases estariam ligadas a um
processo de reflexão. Tal reflexão teria como principal objetivo mudar
representações, as práticas e crenças dos profissionais em foco.
· O
projeto, segundo a autora, já começaria com alguns problemas “de ordem prática
e econômica” (p. 23). O grande número de professores da rede pública de São
Paulo, a jornada de trabalho dos professores e a necessidade de haver equipes
de acompanhamento em locais variados foram alguns dos problemas levantados
pelos organizadores. Precisariam, então, buscar uma forma de multiplicar esses
profissionais.
· Educar
professores para agir, no futuro, como orientadores de novos grupos de
professores.
Os participantes como
agentes de transformação
· Além
de procurar respostas de cunho teórico para questões relacionadas à formação
contínua do professor, buscou-se “desempenhar um papel de cunho eminentemente
prático de intervenção no contexto social da escola pública, fazendo com que os
professores participantes do curso sejam também agentes de transformação no
contexto profissional” (p. 24).
A linguagem como
prática discursiva
· Concepção
embasada na teoria vygotskiana, na qual a linguagem seria uma ferramenta
psicológica, dado que o ser humano se constitui, desenvolve seu pensamento e
linguagem pelas práticas sociais. Nessa linha, ensino e aprendizagem se
implicam mutuamente já que “aprender pressupõe uma mudança no comportamento do
aprendiz como resultado de interações em um contexto particular, sobre objetos
específicos com a participação de outros” (p. 25)
· O
programa, então, estaria ligado ao conceito de Agir comunicativo, “desenvolvido por Habermas (1984) e discutido
por Broncart”.
· Tal
concepção adotaria uma prática em que formador e professor-aluno teriam como
prática um diálogo para compreender e transformar o contexto escolar.
Reflexão crítica
· Esse
processo de comunicação, reflexão e auto-conscientização foi denominado por
Kemmis (1987), segundo Celani, por ‘reflexão crítica’.
· o
processo de compreensão crítica não é uma tarefa fácil pelo fato de a Escola
sofrer um isolamento, não conhecer formas de relacionar a teoria com a prática
e do caráter complexo que é a sala de aula
· Os
programas de formação contínua deveriam discutir a “heterogeneidade de sentidos
que compões as representações, os valores, as intenções em agir a própria ação”
(p. 27).
O agir colaborativo
· Esse
formato de pesquisa visa novas formas de “relacionamento entre, por um lado,
a Universidade e a Escola, e por outro, entre
ambas e uma entidade privada de ensino de línguas”. Assim, os envolvidos
constroem sentidos juntos no que diz respeito às teorias de ensino-aprendizagem
de língua.
· Então
o termo colaboração é definido pela
igualdade de oportunidades entre os pares, no âmbito de discussões acerca do
ensino-aprendizagem. Assim, todos os participantes se tornariam também agentes
pesquisadores de sua própria ação. Tem-se aí o sentido de reflexão e
colaboração como co-autoria e co-construção.
Os componentes
· Programa
de Pós-graduação em Linguística e Estudos da Linguagem (LAEL/PUC-SP) e a
Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa São Paulo (SBCI).
· Até
seis meses de aulas de inglês
· Formação
do multiplicador
Os participantes
· Professores-alunos,
professores-multiplicadores, professores do curso, professores pesquisadores e
outros professores.
· Aprimoramento
linguístico de 1 a 3 anos.
· Os
professores multiplicadores trabalham em oficinas
· Outros
participantes pesquisadores do programa
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